

DESTAK INTERNACIONAL, 21 de Novembro de 2014
VC Futsal vem hoje muito longe, mais propriamente à República Checa, visitar um jogador que sendo brasileiro, durante muitas épocas desenvolveu o seu futsal em clubes nacionais, já o dissemos é brasileiro, tem 31 anos, 1,70 de altura, 63 kg, joga a ala e falamos naturalmente de Emerson Ribeiro.
VC – Desde já o nosso muito obrigado por nos receberes e começo por te perguntar com que idade vieste para Portugal?
ER – Eu é que agradeço a oportunidade, vim para Portugal entre os meus 20 e os 21 anos e desde logo gostei do país.Primeiro morei em Vizela, Alpendorada e atualmente moro em Valbom. Portugal é um País que gosto muito.
VC – Chegado a Portugal am 2003 vens para o Alpendorada, fala-nos um pouco sobre as tuas experiências nos vários clubes que representaste em Portugal até ao ano de 2012 e qual o que mais te marcou?
ER - Por todos os clubes que passei acho que deixei a minha marca, dei sempre tudo de mim. Bem, no Alpendorada foi o arranque da minha carreira em Portugal, onde passei momentos maravilhosos. Depois tive que voltar para a Fundação Jorge Antunes, onde tinha contrato e lá já era um clube mais profissional, onde todos os atletas treinavam dois períodos por dia e com outros objetivos. Mais uma vez tivemos momentos marcantes, onde chegamos nas fases finais do campeonato e não chegamos na final porque "não deixaram". Depois regressei para o Alpendorada, onde estive mais duas épocas com objetivos claros de estar nos play-off, objetivos esses cumpridos. No ano seguinte, fui para o Modicus de Sandim, onde foi o topo da minha carreira em Portugal. Ficamos em 5º lugar na fase regular e no ano seguinte em 3º lugar, chegamos à final da Taça e Supertaça, sendo vice-campeões de ambos os troféus.
Foi muito marcante para mim, incluindo todos os atletas que estavam neste grupo os "GUEDES". União e espírito de sacrifício, uns pelos outros nunca faltaram e foi a base da grande época que fizemos, como disse antes, todos os clubes foram marcantes para mim!
VC – Em 2012 optas pela China, pelo Zhuhai Ming Shi, com tantas diferenças culturais e de toda a ordem, conseguiste uma rápida adaptação às terras do oriente ou ficaste verdadeiramente com “os olhos em bico”?
ER - Sem dúvidas, é uma cultura totalmente diferente do que estava habituado. Mas com os estrangeiros da mesma equipa a adaptação foi mais fácil e principalmente com a minha família comigo.
VC – Em que condições se dá o teu regresso ao nosso campeonato para o Modicus ?
ER - O meu regresso ao Modicus foi só jogar a reta final (play-off), uma vez que o campeonato chinês acaba mais cedo que em Portugal.
VC – E o Rio Ave ?
ER - O Rio Ave foi a primeira equipa "de camisa" que joguei. Com uma grande estrutura para os jogadores trabalharem e uma equipa assim merece sempre estar na 1ª divisão.
VC – República Checa e mais propriamente o FC BalticFlora são a tua casa desde 2013, que tipo de clube encontraste e quais os objetivos que o Baltic persegue no campeonato Checo ?
ER - Quando cheguei à República Checa encontrei um clube com boas condições, que me acolheu muito bem a mim e à minha familia. O objetivo é claramente ser campeão.
VC – Emerson já foste treinado por muitos homens do futsal, qual o treinador que mais te marcou na tua carreira ?
ER - Já tive esta pergunta em outras entrevistas e como sempre respondo da mesma forma. Todos os treinadores que já tive são diferentes e com todos aprendi um pouco, desde Xepa e Luizinho (Brasil), Zé Vasconcelos, Paulo Tavares, André Teixeira, Rui Pereira, Raúl e Roger Augusto (Portugal) e Jarico na (China) e agora na Republica Checa, Giva.
VC – E quem já andou pelo Brasil, China e agora República Checa que pensas da evolução do futsal português e do nosso campeonato?
ER - Na minha opinião Portugal está num bom caminho, no sentido que jogadores jovens vão aparecendo e com boa formação. Agora com a minha experiência em outros países, consigo ver algumas diferenças por exemplo, o futsal brasileiro é muito dinâmico e jogam muito mais individualmente que em Portugal . Na China, o futsal só está apenas a começar a evoluir e sem categorias de base é complicado, para eles chegarem ao patamar do Brasil e Portugal. Na República Checa o futsal só tem 3 equipas fortes, incluindo o Balticflora, o resto das equipas são todas do mesmo nível e o futsal é um pouco parecido com o Português.
VC- Todos nós tivemos ou temos os nossos “heróis”, as nossas referências, quem são os teus inspiradores no mundo do futsal ?
ER - Para mim, as minhas referências são o Côco e Fábio Ribeiro, porque nos clubes onde tive o privilégio de jogar com eles e vê-los treinar, sempre com a mesma intensidade, humildade e vontade de vencer, isso cativava-me e aprendi muito com eles.
VC – Emerson alguém me contou que tinhas a alcunha de “Passarinho”, conta-nos como foi isso?
ER - (risos) Sim é verdade. A alcunha de "Passarinho" surgiu quando jogava no Brasil na equipa do São Paulo, havia um outro jogador da equipa sénior com o mesmo nome que o meu e como eu era júnior acabou sobrando para mim (risos), colacaram-me uma alcunha para nos diferenciar um do outro e a escolha de passarinho foi pelo facto de eu correr muito, só faltava "voar" (risos).
VC – Para terminar quero agradecer-te a oportunidade para esta entrevista e faço-te a seguinte pergunta gostas mais de feijão com arroz, bacalhau na brasa, zongzi ou svickova ?
ER - Eu é que agradeço a oportunidade de falar um pouco da minha carreira e por onde passei. Quanto à gastronomia, eu já gostei muito de feijão com arroz , mas agora sinceramente prefiro um bacalhauzinho (risos) e quando vou de férias ao Brasil sinto a falta da comida portuguesa. Quanto à comida chinesa, a tradicional eu não consigo comer , graças a deus a minha esposa cozinhava em casa para nós, em relação à comida Checa eu até gosto mas de todas as comidas fico mesmo com a de Portugal.
VC – Muitos sucessos pessoais e profissionais Emerson Ribeiro.
ER - Muito obrigado , desejo o melhor para ti e ao projeto VC Futsal.
Paulo Rosa editor VC Futsal

