

DESTAK INTERNACIONAL, sexta-feira, 10 de Abril de 2015
Viemos mais uma vez a França, um destino onde muitos portugueses desenvolvem a sua atividade no futsal, mais propriamente a Marselha, a segunda mais populosa cidade de França e a mais antiga, localizada na antiga província da Provença e na costa do Mediterrâneo. Estamos hoje, na companhia de Rui Paulo dos Santos Martins, natural de Portimão, tem 25 anos, 1,80 m. e 67 Kg de peso e representa o Issole Futsal Club, clube fundado em Dezembro de 2009.
VC – Antes de começarmos a conversar, quero agradecer-te a calorosa receção da tua parte e começo pela pergunta que faço algumas vezes e que tem a ver com a tua alcunha no futsal, como é que surgiu o nome de “Agulha”?
RM - A alcunha surgiu quando era mais novo, do facto de jogar à bola na rua, sempre com pessoas mais velhas e ser na altura bastante pequeno e magro, comparativamente com eles, e então resolveram pôr-me a alcunha de “Agulha”, essa que restou para sempre no futsal..
VC – Conta-nos em que idade te iniciaste no futsal e qual o teu percurso de formação?
RM - Comecei no futsal com 8 anos, numa equipa que acabou há uns anos, mas que chegou a ser das melhores equipas nacionais, o Sporting Clube de Coimbrões. Estive no clube até ao dia em que ele acabou, tendo depois integrado como júnior a equipa da Juventude Desportiva de Gaia e a equipa do Jaca, de onde saí para França.
VC – Em que condições surge esta ida para França e fala-nos genéricamente sobre o Issole Futsal Club.
RM – Foi através de uma agência que representa alguns jogadores nacionais de futsal e surgiu esta oportunidade de ingressar no futsal francês. O Issole Futsal Club é um
clube criado no ano de 2010, por um grupo de pessoas ambiciosas e humildes que depois de se esforçarem para ter as condições suficientes, tiveram este ano a oportunidade de reforçar o plantel com jogadores estrangeiros, para aumentar os seus conhecimentos e ajudar a lutar pelos objetivos.
Apostaram em dois jogadores portugueses, mas acabei por ser o único a ficar devido à lesão do Fábio Duarte.
VC – Quais os teus objetivos e sonhos no futsal?
RM - Apesar dos meus 25 anos, ambiciono ainda vir a representar uma grande equipa internacional e gostava bastante de experimentar o campeonato espanhol que me fascina bastante. Um dia mais tarde gostaria de assumir uma carreira como treinador.
VC – E a seleção nacional? Ambicionas?
RM - Esse é o sonho de qualquer jogador, estar presente na selecção nacional e eu não sou diferente. Tendo noção de ser bastante complicado, mas sempre a trabalhar para quem sabe lá chegar.
VC –Quais as tuas referências internacionais em termos de jogadores?
RM - Ao nível de referências internacionais, gosto muito do Ricardinho, Falcão, Pedro Costa e Adriano Foglia !
VC – Conta-nos uma história curiosa da tua carreira?
RM - Na altura em que o Sporting Clube Coimbrões acabou, tive vários convites para me manter a um nível alto no futsal, cheguei mesmo a ir treinar ao Boavista e ao Miramar, mas curiosamente na altura não dei a devida importância e preferi ficar num nível mais baixo, mas para onde foram a maior parte dos meus colegas, para a Juventude de Gaia e quando lá fui treinar, era eu júnior e o treinador dispensou-me quase como por um sinal, mas uns dias mais tarde, ligou-me e acabei por fazer parte do plantel nesse ano em que ganhamos ao Sporting e Benfica no torneio de Gaia!
VC - Num mundo cheio de conflitos inter-religiosos, como é a relação entre jogadores católicos, muçulmanos e de outros credos?
RM - No momento em que cheguei a França, comecei mais a lidar com essa diferença de religiões, existem muitos muçulmanos no campeonato francês e normalmente são bons de bola. Cada um com as suas diferenças, mas todos iguais, partilho o balneário com várias nacionalidades e não existe qualquer tipo de distinção.
VC – Rui deixo-te o desafio de deixares umas palavras finais.
RM - Gostava de agradecer pela oportunidade de dar um pouco a conhecer aquilo que faço e que a VC Futsal continue com o seu excelente trabalho a divulgar essas pessoas que tanto fazem por este desporto que tem tudo para crescer e ser mais reconhecido a nível mundial.
Um abraço às pessoas responsáveis por este projecto e aos leitores!
Paulo Rosa editor VC Futsal

