

DESTAK, terça-feira, 5 de Maio de 2015
Desta vez deslocamo-nos ao Fundão, para encontrarmos Anilton César Varela da Silva, "Pany" nos meandros do futsal. Jogador nascido em Cabo Verde, na cidade do Tarrafal, está naturalizado português, tem 26 anos, 1,71 m. e 72 Kg de peso e representa as cores da AD Fundão.
VC - Pany muito obrigado por nos receberes e pergunto-te onde deste os primeiros pontapés na bola e em que altura da tua vida?
Pany - Obrigado eu pelo convite, arrisco-me a dizer, que desde que me lembro de ser gente, que ando aos pontapés na bola, mas tornou-se um pouco mais sério, quando vim viver para Portugal e um primo meu levou-me a jogar num clube de bairro onde nós crescemos "Os patuscos" isto em 1999/2000.
VC - Como se desenvolveu a tua formação durante os anos seguintes?
Pany - Como disse anteriormente, comecei na equipa "Os patuscos", depois fui jogar para a equipa que é mesmo da zona onde eu vivo, C.R.C do Forte da Casa, até que surgiu o convite do S.L. Benfica onde acabei a minha formação.
VC - Que diferenças encontraste num grande clube de "camisola" e as anteriores experiências e que pessoas foram importantes para ti nesse percurso?
Pany - A principal diferença são as condições e a responsabilidade que é acrescida por representares um clube "grande". Posso afirmar com toda a certeza, que todas as pessoas que me orientaram, que jogaram ao meu lado foram importantes porque acabei por aprender e crescer com eles.
VC - Chegas a sénior, que projeto abraçaste?
Pany - Conclui a formação como já disse no S.L. Benfica e assinei o meu primeiro contrato profissional com a equipa sénior.
No tempo que passei ao serviço do Benfica, posso dizer que ganhei tudo o que havia para ganhar, desde Campeonato Nacional, Supertaça, Taça de Portugal e por fim a histórica UEFA Cup.
VC – Partilha connosco, a sensação que viveste ao venceres a UEFA Cup, a jogares ao lado de jogadores como Pedro Costa ou mesmo o Ricardo Braga?
Pany - É quase impossível encontrar palavras para descrever algo tão histórico, como a conquista da UEFA Cup. Para mim foi uma honra e um privilégio ter feito parte do plantel que conseguiu vencê-la. Jogar ao lado de jogadores como o Costa, Ricardo, César Paulo, Davi, Bébé, Arnaldo, Gonçalo etc, é uma constante aprendizagem porque além deles fazerem parte do top mundial do futsal, eles são amigos e preocupam-se contigo dentro e fora do campo, isso faz com que cresças como homem e atleta.
VC - Sais do benfica em que circunstâncias e qual o teu percurso até apareceres a jogar na AD Fundão?
Pany - Saí do Benfica, porque já estava lá há algumas épocas e não estava satisfeito porque achava na altura que merecia mais oportunidades para jogar e isso não estava a acontecer. Saí a meio da época, fui na altura para “Os Belenenses” durante 6 meses, emprestado, foi uma experiência fantástica porque lá tive a oportunidade de voltar a sentir-me importante e de jogar. Depois no início da época, em conversa com o diretor do Benfica, chegamos à conclusão que o melhor para mim era ser emprestado novamente, aí fui para o S.L. Olivais onde continuei a aprender, crescer e a colecionar minutos e em consequência de uma boa época que fiz, recebi o convite para representar o Fundão, convite esse que aceitei prontamente e revela-se agora uma aposta mais que ganha.
VC - Quais são os teus objetivos pessoais no futsal? Desenvolves outras atividades profisionais em paralelo com a prática do futsal?
Pany - O meu principal objetivo no futsal é continuar a crescer, aprender e evoluir diariamente. Desde que assinei o meu primeiro contrato profissional, que tenho vivido apenas e só do futsal.
VC - Quais são os objetivos da AD Fundão para o que resta da época?
Pany - Para o que resta da época os objetivos são simples, chegar o mais longe possível agora no campeonato e lutar até à exaustão para defender o troféu que conseguimos conquistar o ano passado, Taça de Portugal.
VC - Como classificarias a evolução do futsal português nos últimos anos.
Pany - Eu acho que o futsal português está muito mais evoluído, porque já se nota que praticamente todas as equipas tem um sistema de jogo bem definido e também já se nota uma maior preocupação com a formação que na minha opinião é o caminho certo para que o futsal continue a crescer.
VC - Porias a hipótese de saída do país para abraçares um projeto aliciante de futsal?
Pany - Não fecho a porta a nada, se quero crescer,evoluir e aprender mais ainda a saída para o estrangeiro poderá ajudar nisso e se for com um projeto que me dê garantias ainda melhor.
VC - Conta-nos uma história curiosa da tua carreira.
Pany - Não sei se é a melhor história, mas uma das que me lembro e já contei imensas vezes às pessoas com quem convivo, foi quando subi de júnior para sénior e cheguei ao balneário do Benfica recheado de estrelas e numa conversa com o Zé Carlos eu ainda meio boquiaberto comentei com ele que não estava ainda bem a acreditar naquilo que me estava a acontecer, porque eu cresci a vê-los jogar e muitas das vezes pela televisão e "do nada" eu era um deles.
VC - Estamos a terminar, lanço-te o desafio de deixares umas palavras aos nossos leitores.
Pany - Agradeço novamente o convite e o que tenho a dizer aos leitores, amantes e praticantes desta modalidade que eu tanto amo, é que continuem a apoiar projetos como o vosso. pois são estes projetos que vão fazer com que a nossa modalidade cresça ainda mais e tenha ainda mais visibilidade
Paulo Rosa editor VC Futsal

