

DESTAK, terça-feira, 18 de Novembro de 2014
A VC Futsal veio ao norte do país, para visitar mais um jogador da LIGA SPORTZONE. Desta feita o entrevistado é Paulo Josué Letra Costa Ferreira, conhecido como Paulo Ferreira, tem 29 anos, 1,74 m e 78 Kg, joga em todas as posições e possui uma carreira internacional em países como a Roménia, Espanha, França e República Checa.
VC – Paulo obrigado por teres aceite este nosso convite, e começo por perguntar-te se já davas pontapés no útero da tua mãe?
PF - Antes de começar a responder quero agradecer pelo convite e dar-vos os parabéns pelo projeto e pela constante informação da nossa modalidade.
É verdade a minha paixão pelo futebol já vem desde novo, desde que comecei a jogar com os amigos na rua, e quando comecei a jogar futebol nos clubes locais com total incentivo do meu falecido pai.
VC – Diz-nos onde começaste tu a jogar futsal e fizeste a tua formação na modalidade?
PF - Experimentei o futsal aos 15 anos no clube "Fontainhas" clube de bairro que me fez ganhar a garra e atitude que me caraterizou sempre nesta modalidade. Treinado por um dos melhores jogadores nacionais "Nandinho" Fernando Leal, deu-me sempre conselhos e força para seguir na modalidade. Mais tarde com a ajuda desse craque, fui para o S.C. Coimbrões onde evoluí um pouco mais a nível tático e técnico. No Coimbrões passei de júnior a sénior e mais tarde fui para o Modicus.
VC – Como surge a oportunidade “Roménia”?
PF - Depois de 2 anos no Modicus, o ultimo dos quais na 1ª divisão nacional, surge o convite para representar o City'us Targu Mures da Roménia, a convite de um grande treinador e um grande amigo, Artur Melo. Com a ida de mais alguns colegas ganhei coragem, pois tinha apenas 22 anos e fui para um país que tanto se fala, mas pouco saberão da qualidade de vida que nós tínhamos lá e do quão bem nos trataram.
VC – Sei que tens dupla nacionalidade Portuguesa e Romena, o que pensas da presença de jogadores naturalizados nas diferentes seleções?
PF - Com 3 anos na liga Romena e sempre com excelentes resultados coletivos, mesmo com a mudança de clube para o extinto Brasov, a federação Romena endereçou-me o convite para representar a seleção da Roménia. Na altura pensei e achei ser a melhor decisão, pois não me passava pela cabeça fazer carreira em Portugal e aceitei o convite. Mais tarde veio a confirmar-se que só poderia ter dupla nacionalidade após 5 anos de residência. O processo ficou em standby até ao dia de hoje. Penso que se lá continuasse fazia parte daquela seleção. Penso que cada jogador deve analisar a sua situação. Eu sentia o país e falava a língua, porque não representar as cores de quem me fez o convite.
VC – Depois da Roménia vem Espanha no teu percurso e após esse ano, a vinda para Portugal. Depois destas épocas fora, voltar a jogar em Portugal foi um passo atrás?
PF - Chego a Espanha proveniente do Brasov, clube que terminou vice campeão romeno. Jogar em Espanha era um dos meus objetivos e sonhos e devido a alguns contatos e amigos surgiu a opção para jogar contra os melhores do Mundo, e não fosse os problemas económicos do meu clube em Espanha tinha seguido na melhor liga do Mundo. Experiencia fantástica. Acabei por regressar a Portugal pois as condições do Viseu e do Operário assim o permitiram para que seguisse o meu trajeto profissional.
VC – Alguém como tu que já andou por Roménia, Espanha, França, República Checa, tem concerteza a experiência necessária para nos dizer em que patamar está o nosso futsal?
PF - É verdade que já joguei em 5 ligas e todas elas com bastante competitividade, embora umas com mais e outras com menos qualidade, basta referir que fui profissional em todas elas com a exceção do Lyon Footzik e nunca fui campeão em nenhuma delas, o que lamento imenso e procuro esse objetivo todos os anos para o meu curriculum.
A nossa liga é claramente superior a Romena, Francesa ou Checa, no entanto a diferença para a Espanhola é quase tão grande como as que referi para a Portuguesa.
VC – Na época 2011/2012 ingressas no Operário dos Açores, como foi viveres rodeado de água de todos os lados?
PF - Estou muito agradecido a minha faceta aventureira, pois sem dúvida, o que mais ganhei nesta carreira foram experiências novas em locais fantásticos. No Operario foi um ano muito positivo a nível coletivo com uma equipa profissional repleta de qualidade. Viver rodeado pelo mar numa ilha maravilhosa como São Miguel foi espetacular. Adorei.
VC – Nos últimos dois anos jogaste em França e República Checa, respetivamente, conta-nos um pouco destas experiências, naturalmente diferentes.
PF - Devido a uma escolha menos acertada da minha parte ao optar pelo Freixieiro, num ano de decadência obvia por parte do clube fez com que rapidamente me apercebesse que procurar novos destinos seria a melhor solução. O Lyon Footzik clube amador onde fiz grande amigos, tudo fez para que me sentisse bem. No entanto e com ajuda do clube tive de procurar trabalho na França. Tudo correu na perfeição, a minha namorada também conseguiu emprego na área dela e uma época que começou mal prolongou-se de forma tranquila. Os vários convites que recebi de Franca e da República Checa foi o comprovar de um bom ano no Lyon. A realidade na República Checa foi de encontro ao que esperava, equipa muito forte com todas as condições de trabalho numa liga muito bem organizada a nível sénior.
VC – De volta a Portugal viemos encontrar-te no Rio Ave, depois de tanto tempo fora voltar ao carinho dos que te são próximos terá um sabor especial?
PF - O Rio Ave surge após o términus do Cannes Bocca Futsal, equipa que ia representar esta época. Com varios mercados fechados em Setembro a proposta e a estrutura do Rio Ave foi para mim a forma de poder regressar a " casa" e poder ajudar o clube a ultrapassar esta fase menos positiva que atravessa.
VC – Os problemas do Rio Ave são conhecidos, como têm feito a gestão das dificuldades com que se têm deparado?
PF – A experiência e maturidade são importantes para trazer a paz e tranquilidade que o plantel necessita para dar a volta aos resultados. A direção tem feito o que pode para minimizar as dificuldades sentidas nos últimos jogos e acredito vivamente que o Rio Ave se vai " levantar" e conseguir a manutenção na 1ª liga.
VC – Muito obrigado Paulo, desejamos-te os maiores sucessos pessoais e desportivos.
PF - Obrigado mais uma vez pelo convite e muito sucesso. Abraços futsalistas..
Paulo Rosa editor VC Futsal

