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DESTAK, terça-feira, 16 de Junho de 2015

 

Fazemos hoje, mais uma viagem a norte do nosso país, mais propriamente a Rio Tinto, ao encontro de Fernando Manuel da Silva Leal, mais conhecido por “Nandinho”, tem 32 anos, natural das Fontainhas - Porto , pesa 70 kg e 1,76 m. de altura, jogava a ala pela equipa do Boavista, pela qual se sagrou o rei dos artilheiros na fase regular da Liga Sportzone.

 

VC - Antes de mais os nossos agradecimentos pela oportunidade, e perguntava-te como foi o teu percurso de formação ?

 

Nandinho - Obrigado pelo convite, em relação à formação, joguei dois anos nas Fontainhas pelos infantis, depois fui para o futebol de 11 e regressei depois já nos juniores do musical Miragaia, onde joguei os dois anos de júnior, a minha formação foi dividida pelo futsal e futebol de 11.

 

VC – Fala-nos sobre a tua transição para sénior e aproveitamos para explorar um pouco o tema das naturais dificuldades que os atletas sentem nesta transição, fala-nos um pouco sobre isto também.

 

Nandinho - A minha transição não foi fácil, porque foi um salto grande, na altura, de uma equipa de júniores da distrital, para a primeira nacional, mas acabei por ter sorte porque encontrei o mister Jorge Ferreira e Luis Almeida, que me ajudaram muito, e claro, um conjunto de jogadores com muita experiência que também ajudaram.

 

VC – Em 2003, encontras-te pelo Coimbrões, que projeto foi este na altura e de que forma contribuiu para o amadurecimento do jogador “Nandinho”?

 

Nandinho - Na altura tudo era novidade, mas como disse estava rodeado de pessoas competentes, jogadores como Paulo Mota, Paulo Marques, Mário Oliveira, internacionais, mas que me ajudaram muito, e claro fui ganhando confiança e aprendendo com eles.

 

VC – Passas cinco épocas no Alpendorada e cinco no Modicus, apenas com uma interrupção que já abordaremos, elucida-nos sobre estes dois projetos, naturalmente diferentes e qual é que fez o Fernando Leal, mais feliz?

 

Nandinho - Em Alpendorada, passei por momentos bons, adorava jogar naquele pavilhão, claro que o momento mais alto, foi uma vitoria frente ao Sporting por 8-1, em direto na SIC, ainda hoje em Alpendorada, se fala desse jogo, também tive a sorte de partilhar o balneário com o melhor capitão, que tive até hoje, que era o Tozé e hoje é dos meus melhores amigos, Camarão também foi uma referência e um amigo entre outros.
No Modicus, foram anos de sucesso, tivemos perto de conseguir um troféu, tendo ido à final da Taça de Portugal e Supertaça, foi quando estava lá que fui á Seleção Nacional e a um campeonato do mundo ao serviço do país, também tive a sorte de apanhar grande treinadores, grandes jogadores e encontrei um balneário muito bom, onde não havia inveja do companheiro do lado e isso ajudou a que conseguisse ser melhor marcador por duas vezes do campeonato, o que é um feito que me orgulha.

 

VC – Tens uma passagem pelo futsal ucraniano, o que te levou a sair do país?

 

Nandinho - Foi tudo muito rápido, ia assinar contrato de dois anos, contudo tinha uma pubalgia da época anterior, mas tive alta médica e decidi embarcar na aventura, contudo ressenti-me nos primeiros treinos e como foi uma lesão feita no anterior clube (Modicus), tive que regressar para ser operado e recuperar. Foi pena.

 

VC – Que país encontraste na Ucrânia e qual o nível do futsal praticado por lá?

 

Nandinho - Do pouco que vi, vi equipas muito organizadas, à imagem da seleção Ucraniana, mas não deu para ver muito, porque a pré-época na Ucrânia é a típica equipa de leste, foi muito físico e pouca bola.

 

VC – Voltando ao nosso campeonato, fizeste a última época ao serviço do Boavista, uma excelente época por sinal, resume-nos um pouco do que foi a época desportiva do Boavista e a tua em particular.

 

Nandinho - Decidi ir para o Boavista, porque achei que era a melhor opção, contudo a época foi má, porque o clube não conseguiu ficar no lugar que todos queríamos, óbvio que aconteceram coisas durante a época que em nada ajudaram. No que a mim diz respeito, foi bom ter terminado em primeiro nos melhores marcadores, mesmo correndo mal a época.

 

VC – Fernando, é inevitável perguntar-te, o porquê de um casamento tão curto com o Boavista ?

 

Nandinho - Quem está por dentro do futsal, deve saber os motivos da saída do Nandinho do Boavista e de outros jogadores, é pena, porque o Boavista é um histórico da modalidade.

 

VC – Fala-nos do novo projeto que vais abraçar e dos objetivos propostos?

 

Nandinho - Vou para um clube, que quer chegar à primeira divisão em breve, para um clube organizado, sério e muito humilde, vou para ajudar, claro que o Canavarro, teve papel decisivo nesta decisão, mas depois de ver as condições ainda fiquei mais motivado, porque claramente que é um clube que tem potencial para a primeira divisão. Estou contente com a minha decisão, claro que há aquelas pessoas que não compreendem porque vou para a segunda divisão, mas esses não devem saber a realidade do futsal da primeira de certeza.

 

VC – A entrevista já vai longa, mas gostaríamos de saber um pouco sobre a tua opinião acerca do estado atual do futsal português, que objetivos individuais ainda tens por concretizar e se ponderas voltar a sair do país para jogar futsal?

 

Nandinho - O futsal português está bem entregue ao Pedro Dias, que está a fazer grande trabalho, contudo ainda falta muita coisa, uma delas, dirigentes competentes nos clubes e que possam ajudar a modalidade a crescer e não estragá-la. Ao nível individual, quero é divertir-me a jogar futsal, seja na primeira ou na segunda e ficar por Portugal, dificilmente sairei do pais novamente, já que tenho o meu trabalho, que é o meu futuro e não posso colocar em causa isso.

 

VC – Para terminarmos pedia-te que deixasses umas palavras a quem nos lê.

 

Nandinho - Obrigado pelo convite para esta entrevista e um abraço a todos os leitores da

VC Futsal.

 

Paulo Rosa editor VC Futsal

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