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DESTAK INTERNACIONAL, sexta-feira, 19 de Junho de 2015

 

Damos hoje mais um salto a França, um destino onde encontramos muitos dos nossos conterrâneos a praticar o futsal. É nosso entrevistado Tiago José da Silva Paulo, tem 1,82 m e 80 kg de peso, natural de Beça, concelho de Boticas e mora atualmente em Chambery - França, joga na posição de fixo e representa a formação do Echirolles Picasso.

 

VC – Queremos agradecer-te desde já a prontidão com que respondeste ao nosso convite e tal como o fazemos habitualmente, pedimos-te uma retrospetiva da tua infância e adolescência, no que diz respeito à prática desportiva e ao futsal em concreto?

 

Tiago - Comecei a jogar futsal no desporto escolar, pela escola. Na época comecei a ganhar o gosto pelo futsal, mas no ano seguinte, surgiu o convite de jogar futebol de 11 no Boticas, que me abriu portas para jogar no Chaves durante dois anos, até que num torneio de futsal de Verão, o treinador do Boticas Futsal, na altura o Marinho, convenceu-me a retornar ao futsal e assim foi, fiz o meu primeiro ano de sénior, com apenas 16 anos, e nunca mais larguei o futsal. Foi no Grupo Desportivo de Boticas que evolui como jogador, onde fui mais feliz e onde tive mais títulos, desde regional, terceira, segunda, até chegar à primeira divisão. Tenho muito a agradecer a treinadores, tais como Marinho, Gil, Emídio e Renato, este último antes de partir para França, o grande mestre.

 

VC - Sabemos que jogaste na equipa do Chaves Futsal, que projeto foi este à altura?

 

Tiago - Na altura era um projeto ambicioso, mas a má organização deitou tudo por água abaixo, e será talvez o clube que me traz menos recordações.

 

VC - Como se deu a tua saída para Franca, em que circunstâncias e qual o projeto que foste abraçar?

 

Tiago - A minha saída para França, deu-se devido à falta de clubes no nacional na minha zona, e também, em parte, devido à crise e para obter um futuro melhor.

 

VC - Fala-nos um pouco de França, das cidades que já conheceste e como foi a tua adaptação a uma nova realidade.

 

Tiago - Já conheci quase todas as cidades de França, mas o sítio que mais gostei, foi quando fui jogar no ano passado ao Bastia na Córsega. Na altura, a minha adaptação foi difícil, longe da família, longe do meu estilo de vida, não foi mesmo fácil. Com o tempo, comecei a habituar-me e hoje, já estou adaptado. Fui jogar para Lyon, onde as condições eram excelente e a estrutura também, tive como um dos patrocinadores um conhecido jogador da seleção francesa de futebol, Lacazette.

 

VC - Como se deu a tua saída do Lyon para a equipa do Picasso, que representas atualmente?

 

Tiago - A minha saída do Lyon, deu-se devido à fadiga que tinha, para treinar no Lyon fazia sempre duas horas de viajem, até que o meu clube atual, contactou e chegamos a acordo e esta é a minha segunda época ao serviço do Picasso.

 

VC - Quais os objetivos do clube e os teus a nível individual?

 

Tiago - Os objetivos do clube a cada ano, é tornar-se um dos melhores clubes de França, os meus objetivos são jogar até não poder mais, sempre em grande nível, e mais tarde quem sabe treinar.

 

VC - Como está a evolução do futsal Francês? E quais os jogadores franceses que aprecias ?

 

Tiago – O futsal francês, está a evoluir cada vez mais, desde que cheguei a França, até aos dias de hoje, tem ficado muito forte. Os jogadores que aprecio franceses, são o Mohamed Guebli e Mohamed Bouras, ambos tecnicamente evoluídos.

 

VC - Sentiste alguma diferença, ao teres de conviver com outras realidades culturais e religiosas próprias desse pais?

 

Tiago - Nem por isso, apesar de na Franca, o pessoal ser um pouco frio, estarem mais em casa a olhar para a sua vida familiar, são mais fechados que nos países latinos, Espanha, Portugal, Itália, etc. Os seus hábitos e costumes, bem como gastronomia, são diferentes, para mim não como a nossa gastronomia.

 

VC - Deixa umas palavrinhas a quem está nesta altura a pensar desenvolver o seu futsal além fronteiras.

 

Tiago - Para quem pensa em sair do país e mostrar o seu futsal e a sua qualidade tanto como treinador, como jogador, desejo o maior sucesso e conquistas, pois o futsal português é grande e cada vez maior dentro e fora do país. E que quando sairem para a aventura, que saiam com garantias e certezas.

 

VC - E umas palavras para os nossos leitores.

 

Tiago - A todos os leitores, o meu muito obrigado e também ao Paulo Rosa, pela oportunidade que me deu, é gente como vós, que por vezes nos fazem estar mais perto de Portugal e fazem vir o nosso nome ao conhecimento de todos, pois não há só jogadores bons a jogar em Portugal, os que estão fora, também têm qualidade para isso, apenas escolheram esta opção de mostrar o seu futsal para lá das fronteiras.

 

Paulo Rosa editor VC Futsal

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