

DESTAK, terça-feira, 2 de Junho de 2015
Viemos hoje entrevistar um jogador, que tendo nascido a 7 de Dezembro de 1983, na cidade “maravilhosa” do Rio de Janeiro, no Brasil, tem dupla nacionalidade e uma longa vivência no futsal nacional, com 1,77 m. e 77 Kg de peso, joga preferencialmente a ala e falamos de Fábio da Rocha Aguiar ou “ Fábio Aguiar” que esta temporada representa o Sporting CP.
VC – Fábio, antes de mais quero agradecer-te por teres aceite o nosso convite para esta entrevista e começo com um tema que abordamos com quase todos os nossos entrevistados, o percurso da formação, por onde cresceste para o desporto e para o futsal em particular?
FA - Comecei minha história no futsal um pouco tarde, em comparação com a maioria dos jogadores nascidos no Brasil. Comecei a jogar futsal em competições só aos 13 anos e a equipa que me deu essa oportunidade foi o América FC, onde joguei quatro anos ao todo (mas não ininterruptos).
VC – Nasceste no Rio de Janeiro, cidade do samba, e onde nascem milhares de talentos para o futebol e futsal, diz-nos na tua opinião se serias o mesmo jogador, se tivesses nascido em outra qualquer parte do globo?
FA - Eu penso que não, pois no Rio qualquer coisa é motivo para jogar bola, qualquer tempo livre é razão para uma “pelada” e onde quer que você esteja tem sempre uma bola.
VC – Em que altura e circunstâncias se dá a tua saída do Brasil e atravessas o Atlântico, rumo à aventura europeia?
FA - Essa saída se deve a três razões principais. Primeiramente, a equipa que eu jogava não estava a pagar em dia, depois eu estava a entrar no meu último ano de licenciatura em desporto e não estava concentrado e só pensava jogar futsal e teve a aproximação da minha família portuguesa, a qual sem eles eu não teria vindo para cá.
VC – FJ Antunes e Instituto D. João V, dois clubes com história e que infelizmente perderam o seu espaço entre os maiores do futsal nacional, jogaste nos dois, pergunto-te que projetos foram estes?
FA - Verdade, com muita pena minha. Eram duas equipas sérias e de tradição. Onde tinha um grande apoio dos adeptos e das suas cidades.. O projeto de ambos, era o mesmo. Fazer uma equipa o mais forte possível dentro de um orçamento não muito elevado e que conseguisse “bater de frente” com Sporting e Benfica e, se possível, conseguir chegar a final do campeonato.
VC – Há pouco não abordei, mas pelo meio tens uma passagem pelo Belenenses, a que se deveu a interrupção da série de temporadas que levavas pela Fundação?
FA - Joguei alguns meses no Belenenses, onde conheci boas pessoas, mas que desportivamente e financeiramente foi mau para mim. O clube passava por algumas dificuldades e não foi fácil esse período.
VC – Na temporada de 2011/12 rumas a Itália, para a equipa Società Sportiva Calcio Napoli , tiveste uma adaptação fácil ou ainda hoje tens pesadelos com “pasta e massas italianas”? E as vivências desportivas?
FA - Na Itália tive uma experiência interessante. Tive muitos colegas de equipa brasileiros, o que me ajudou a aprender a língua mais rápido e os costumes do país também. Disputávamos um campeonato bem competitivo, as equipas têm um bom suporte financeiro, mas da mesma maneira elas acabam de um momento para o outro, o que ainda deixa nossa profissão mais instável.
VC – Rabá Eto da Hungria, durante duas épocas foi o teu destino seguinte, fala-nos da cidade húngara, do clube, dos seus objetivos e dos momentos que passaste por lá.
FA - A cidade era muito boa, bem localizada. Era uma cidade universitária e desportiva. Tive muito bons momentos a nível desportivo. Em dois anos ganhamos duas supertaças, duas taças, um campeonato e marcamos presença na Elite Round da UEFA nos dois anos. A nível individual, fui o melhor marcador do campeonato no primeiro ano.
VC – Com experiência no Brasil, Portugal, Itália e Hungria, penso vir a propósito, perguntar-te sobre as diferenças do futsal destes quatro países e se ainda cabe nos teus objetivos jogares em outros locais do Mundo.
FA - Como saí do Brasil no meu primeiro ano de sénior, nunca cheguei a jogar uma liga, por isso não posso falar do campeonato brasileiro. Mas quanto aos outros três, na Itália existe um investimento muito grande de algumas equipas, o que faz ter uma maior competitividade. Enquanto na Hungria, só duas equipas vão atrás de estrangeiros, sendo que o Eto é sempre o grande favorito. Em Portugal, temos os dois grandes (Sporting e Benfica).
VC – Na presente época encontras-te no Sporting CP, clube que vinha de ganhar o bicampeonato, pensas ser este o “ponto mais alto” da tua carreira ? Sentiste que os objectivos se elevaram ?
FA - Com certeza, todos os anos os objetivos ficam maiores. Se é difícil ser bicampeão, imagina tri. Estou onde muitos querem estar, represento um gigante clube, com adeptos fantásticos e com um grupo de trabalho cheio de qualidade.
VC – Jogaste recentemente com a equipa do Sporting CP, a final four da Uefa Futsal Cup, partilha connosco os momentos daqueles dias, nomeadamente alguma história “curiosa” que acaba sempre por acontecer nestes eventos.
FA - Nunca vou esquecer a entrada para o aquecimento do jogo contra o Barcelona.. Eram 12000 adeptos a gritar e a incentivar-nos. Que energia absurda!
VC – Quero desejar-te um final de época bom, sem problemas físicos e que consigas atingir os teus objetivos e antes de terminarmos, deixo-te o desafio de dizeres aos nossos leitores porque devem continuar a seguir-nos como até aqui e aproveito para agradecer aos quase 8000 seguidores da rede social Facebook.
FA - Mais uma vez muito obrigado pelo interesse e as palavras de apoio. Gostaria de convocar aqui todos os amantes da modalidade para acompanharem e manterem-se sempre informados sobre o mundo do futsal. Basta entrarem no facebook, escreverem VC Futsal e deixarem lá o seu 'like', assim ficarão por dentro de todos os acontecimentos e as notícias dessa apaixonante modalidade!
Paulo Rosa editor VC Futsal

