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DESTAK INTERNACIONAL, sexta-feira, 1 de Maio de 2015

 

Viemos hoje até à ilha da Córsega, mais propriamente à parte norte da ilha, a chamada Alta Córsega, para nos encontrarmos com Pedro Nuno Resende Carvalhais Costeira, nasceu na Sé – Porto, tem 1,75 m. e 95 Kg de peso, joga a guarda-redes e representa atualmente o Bastia Centre Futsal.

 

VC – Quero desde já agradecer-te a receção calorosa, nesta nossa vinda novamente até à Córsega e pergunto-te se tens alguma alcunha no futsal?

 

PC – Na verdade não, normalmente toda a gente me conhece por Costeira, ou Pedro Costeira.

 

VC – Pedro, em que altura tiveste contato com a prática desportiva e com o futsal em particular?

 

PC – Eu comecei a jogar fusal apenas em sénior, a minha formação foi no andebol. Comecei a jogar voleibol no Leixões, porque morava ao lado do pavilhão, onde treinavam e jogavam. Ainda cheguei a ter uma passagem nas escolinhas do Leixões em futebol, mas tive de abandonar porque vim morar para a Maia. Quando cheguei à Maia, mais propriamente em Gueifães, como o forte aqui na terra é o voleibol e eu já tinha jogado, tive uma pequena aventura dos 10 aos 12 anos.
Aos 12 anos os meus pais puseram-me a estudar num colégio interno, em Albergaria-a-Velha, onde começou o meu percurso no andebol, até há minha idade de sénior, joguei no Maia e representei a seleção nacional.

 

VC – E como aparece o futsal na tua vida? Onde se deu o “click”?

 

PC - Aparece porque quando vim morar para a Maia, vim para uma cooperativa de habitação e essa cooperativa, participava todos os anos nos jogos nacionais das cooperativas de habitação. E como gostava de jogar futsal, entrei na equipa e começou ai a minha aventura no futsal, pois jogávamos contra equipas que na altura participavam nos campeonatos federados, como a das Sete Bicas.

 

VC – Que clubes representaste em Portugal até rumares a terras gaulesas?

 

PC - Cá em Portugal estive dois anos na Coopermaia ( a cooperativa que referi atrás), equipa que disputava só os jogos nacionais das cooperativas e que depois acaba por formar uma equipa federada para disputar a 3ª divisão distrital da AFP, depois fui para o ADR S. Pedro Fins, jogar na 3ª divisão nacional, onde acabei por ter a minha primeira rotura de ligamentos e estive dois anos parado, recomecei no GCD Silva Escura, mas nessa altura, havia entrado a trabalhar num banco e o tempo foi diminuindo, daí a minha preferência, sempre por equipas que jogavam nos distritais, pois o tempo escasseava e a família começou a aumentar. Depois regressei à ACD Coopermaia, onde começou a minha aventura como guarda-redes, pois os da altura, estavam lesionados e num jogo treino eu fui para a baliza, como me desenrasquei bem, nunca mais de lá sai. Passados dois anos, apareceu o GCR Vermoim, que foi onde ganhei o meu primeiro dinheiro como atleta, depois voltei ao GCD Silva Escura, onde fiz a minha segunda rotura de ligamentos, mas a paragem foi mais curta.

 

VC – Em que circunstâncias se dá a tua saída para França ?

 

PC - Nesta altura da lesão, acabei também por ficar desempregado e é quando aparece o convite do Mister Paulo Barroso para o Bastia Centre Futsal como profissional, estava sem fazer nada, decidi arriscar.

 

VC – Como definirias a realidade que encontraste no futsal francês e em particular no clube que representas?

 

PC - O futsal francês é um futsal muito físico, eles dão preferência ao físico em detrimento da cultura tática, agora já começam a dar mais valor ao tático, com a vinda de vários técnicos portugueses e espanhóis. A organização do campeonato, é que deixa muito a desejar, desde árbitros distritais a apitar campeonato nacional, pavilhões sem segurança nenhuma, um delegado ao jogo que está lá única e exclusivamente para pedir fichas de jogo e no final perguntar se está tudo bem, não passa pela cabeça de ninguém.
Depois também tem coisas positivas, as equipas têm apoio da Federação, dão equipamentos às equipas participantes e bolas para os jogos, as inscrições são mais baratas, quer da equipa quer dos altetas.
Outra coisa que também se vive, é a cultura do bem receber, tirando algumas rivalidades, que é normal em todo o mundo, as equipa que jogam em casa oferecem sempre o lanche à equipa visitante.
Em termos de clube, posso dizer que é um bocado desorganizado, visto o futsal em França ainda estar a dar os primeiros passos, mas as pessoas são cinco estrelas, dão tudo por nós, no sentido de criar as condições necessárias.
O objetivo deste ano, é o mesmo do ano passado, ou seja, a manutenção. Este ano tínhamos uma equipa muito forte, chegamos a estar na luta pelo 1º lugar, mas depois aconteceram muitos precalços e a equipa caiu muito, agora temos três finais para ganhar, mas vai ser complicado.

 

VC – Que objetivos ainda tens por concretizar no futsal?

 

PC – Falta-me jogar na 1ª divisão do meu país, mas é muito difícil, pois a idade já é um entrave.

 

VC – Estamos na fase final da nossa entrevista, mas não quero terminar sem te deixar o repto de nos contares algo curioso sobre a tua vida no futsal.

 

PC – A situação em que estou este ano no clube é diferente e talvez curiosa, estou a viver em Portugal, só venho a França praticamente para os jogos, de resto treino lá em Portugal. Tenho tudo pago, bilhetes, estadia, comida, prémios de jogo.

 

VC – Deixa-nos uma mensagem final aos leitores e a quem desejares.

 

PC - Primeiro gostava de agradecer à VC Futsal pela vossa visita, o meu muito obrigado, aos leitores uma palavra para continuarem a seguir a VC Futsal e apoiarem o Futsal e deixar uma palavra aos meus colegas de "profissão", para que continuem a representar o futsal português ao mais alto nível. Em ultimo e se me permitem, queria agradecer à minha família por todo o apoio que me dão, aos meus pais, à minha esposa Liliana e aos meus dois filhos Benny e Di, muito obrigado.

 

Paulo Rosa editor VC Futsal

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